sexta-feira, 29 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
Comunicação alternativa como estratégia eficaz, com alunos com dificuldades de linguagem
A comunicação entre os indivíduos está presente em todos os momentos da vida, sendo essencial ao seu desenvolvimento. Contudo, apesar de a linguagem oral ser o meio de comunicação mais utilizado, há pessoas que, devido a fatores neurológicos, físicos, emocionais e cognitivos, se mostram incapazes de se comunicar através da fala.Os alunos com impedimentos na comunicação nem sempre participam dos desafios educacionais, porque os professores desconhecem estratégias e alternativas de comunicação. Para garantir a esses alunos meios de expressarem suas habilidades, dúvidas e necessidades, faz-se necessário descobrir meios de compreender de que forma eles estão processando e construindo conhecimentos.
Izilda Rodrigues
A comunicação alternativa é a área da tecnologia assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação é denominada de Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.
Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador que, por meio de software específico, pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e comunicação. Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário.
A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").
Para a confecção de recursos de comunicação alternativa como cartões de comunicação e pranchas de comunicação são utilizados os sistemas de símbolos gráficos, que são uma coleção de imagens gráficas que apresentam características comuns entre si e foram criados para responder a diferentes exigências ou necessidades dos usuários.
Na figura acima, podemos ver uma pasta de comunicação e nela, há uma prancha que contém as letras do alfabeto e os números. O usuário está apontando o dedo indicador na letra "X"
Visualiza-se uma prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos PCS cujas mensagens servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão organizados por cores nas categorias social (oi, podes ajudar?, obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber); substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).
Fichas de receitas ou receitas completas podem ser descritas com a sequência de símbolos gráficos associados com a escrita. Para confecção destes recursos a ferramenta Simbolar será muito útil.
Em sete frases, escritas com texto e símbolos, está uma sequência de atividades que deverão ser feitas para a preparação de um sanduíche de geleia com queijo.
Pranchas de comunicação temáticas poderão ser construídas para que o aluno usuário da CA possa participar de atividades de interpretação de histórias ou também para que possa perguntar, responder e argumentar sobre os conteúdos estudados e atividades desenvolvidas em sala de aula.
Um livro de história, que fala sobre temas de ecologia, está acompanhado de uma prancha temática, com a qual o usuário da CA poderá apontar ações positivas e negativas relativa à preservação do meio ambiente
Visualiza-se uma sequência de atividades individuais de um usuário da CA que se chama Paulo. As atividades ilustradas em sequência de símbolos que representam sua rotina matinal desde o acordar, vestir-se, fazer a higiene pessoal, até tomar o café da manhã.
Com fotografias escaneadas de um cardápio foi montada uma prancha de comunicação temática, para comprar o lanche. Visualizamos as imagens dos sanduíches, copo de refrigerante, salada e embalagem do lanche. Estas mesmas imagens aparecem organizadas numa prancha de comunicação.
A inclusão comunicativa não se restringe à disponibilização destes e outros recursos, sejam eles de tecnologias de alto ou de baixo custo. Tão ou mais importante do que isso, é a presença de interlocutores interessados em interagir e acolher as mensagens da pessoa não oralizada. Assim, são fundamentais a aceitação e o incentivo ao emprego de formas alternativas de comunicação, inclusive pelo próprio grupo social.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Benefícios da Educação Inclusiva...
Inclusão é a capacidade de aceitação da diversidade! Esta é uma sala de aula inclusiva... |
Foi lindo este encontro dos dois ... Luíz e Brendaw |
Níver de Brendaw...seu sonho era tomar um banho de ovos no dia de seu aniversário...Sonho realizado pelos seus colegas de turma. Que alegria é essa gente!!! |
Me ajudam a crescer! |
Aceitar a inclusão é antes de tudo aceitar que
vivemos em uma sociedade onde as diferenças são reais e devem ser respeitadas.
A educação como outras áreas
da sociedade é grande responsável por essa mudança de comportamento, e uma de
suas missões é a de passar informação, que é uma das formas mais simples de se
combater o preconceito. A inclusão faz com que as pessoas se aproximem e tragam
pra perto de si pessoas antes tidas como anormais, e incapazes e essa
aproximação faz muita diferença não somente na vida daquele que foi incluso,
mas também na vida daquele que aceitou a inclusão do diferente em sua vida.
A ideia da inclusão não é
nova, mas ainda precisa amadurecer nas mentes de pais, educadores, governantes
e toda sociedade, antes de tudo é preciso deixar de ignorar a existência do
problema e torna-lo parte de nossas vidas como algo natural.
Aceitar o que é diferente
causa medo, desconfiança, mas quando percebemos tudo de novo e interessante que
podemos aprender e passar para o outro conseguimos ver que não estamos fazendo
nenhuma caridade, mas dando e recebendo na mesma medida.
Todas as mudanças de
comportamento e de pensamentos necessárias para que a inclusão seja eficaz em
nossa sociedade só viram quando as pessoas descobrirem o quanto as nossas
diferenças podem ser compartilhadas, e úteis às outras pessoas.
Deve reconhecer-se que a
inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais implica muito mais do
que colocar simplesmente o aluno numa escola regular. Trata-se de um processo
em que o aluno tem oportunidades para se desenvolver e progredir em termos
educativos para uma autonomia econômica e social.
Izilda Rodrigues
segunda-feira, 18 de março de 2013
Um resumo do que tenho aprendido estudando e convivendo com crianças autistas...
É uma síndrome
que se caracteriza por problemas na
comunicação (mesmo as pessoas verbais têm fala atípica e dificuldade para
expressar ideias e sentimentos); na socialização (possibilidade de mal-estar em
meio aos outros, pouco contato visual e compreensão por vezes precária das
conversas); e no comportamento (padrões repetitivos e movimentos
estereotipados, como balançar o corpo). É um conjunto de sintomas, não exatamente
uma doença. No Brasil, não há qualquer estatística, mas pesquisas em outros
países apontam para algo como um autista em cada cem habitantes. Você não sabe
ou não quer saber, mas pode ter um aí ao seu lado.
Foi num gesto
contra o preconceito e o isolamento que a presidente Dilma Rousseff sancionou,
em 27 de dezembro do ano passado, a lei nº 12.764/12, conhecida como Lei
Berenice Piana, em homenagem à mãe de Itaboraí (RJ) que tanto batalhou pelo
projeto que pode beneficiar seu filho e milhares de outros.
A nova lei dá
direito a atendimento especializado e obriga o Estado e as entidades privadas a
garantir o acesso à educação e ao mercado de trabalho, dentre outros direitos.
Escolas e planos privados de saúde não poderão rejeitar pessoas com autismo, e
estas terão como reivindicar prioridade no atendimento. O gestor escolar que
recusar a matrícula de um aluno com deficiência pode receber multa de 3 a 20
salários mínimos.
Os pais e
profissionais que defendem o ensino especial (por acharem que os alunos
aprendem mais assim e ficam protegidos de bullying, argumentos sérios que devem
sempre ser levados em conta) vêm se queixando de uma desvalorização dos
trabalhos voltados diretamente para autistas. Mas a redação da lei não impede
que as escolas especiais continuem a existir. O que não tem havido é incentivo
público a essa ala da educação, opção que precisa continuar a ser debatida,
pois é polêmica. Talvez abordar o tema da inclusão escolar nos dias atuais,
represente mais a expressão de um anseio de que pessoas com quaisquer
deficiências possam estar em escolas regulares, que a revelação de uma ideia clara acerca de ações que indiquem como, de fato, a inclusão deverá ser
implantada de modo efetivo.
Nesse contexto,
discutir a inclusão é tarefa, no mínimo, desafiadora, uma vez que implica em
dizer o que já foi dito tantas vezes e aquilo que, entretanto, ainda resta por
dizer. Penso que em se tratando de inclusão, faz-se necessário pensar para além
da esfera das pessoas com deficiências e avançar na discussão da relação que a
escola estabelece com o “diferente”, identificável a partir de um padrão
previamente definido.
Muito urgente também
é a criação de uma política pública para o autismo. O Estado brasileiro
praticamente ignora o assunto. E o passo inicial é simples: propagar pelo país
experiências como da Apae de Ipatinga, referência nacional em atendimento a autistas e tantos outros
exemplos.
Acredito que as
oportunidades de inclusão de alunos com autismo tendem a aumentar, com o passar
dos anos. Penso que quanto mais as pessoas, de um modo geral, e, em especial,
os profissionais da área da educação, souberem acerca dessa síndrome
(características, estilos de comportamento, etc.) mais se abrirão vias de
acesso à entrada dos mesmos nas escolas regulares. Creio que incluir pessoas
portadoras de TID em classes regulares seja algo possível numa escola
inclusiva, conforme os parâmetros que proponho.
A ideia de
inclusão que apresento poderia a muitos parecer utópica, se pensarmos no tempo
presente. Entretanto acredito que, se a realidade é construída pelo social,
pode ser substituída por outra realidade utópica apresentada.
Se, conforme
disse Cornelius Castoriadis, grande filósofo, economista e psicanalista francês
“o real é também, aquilo que pode ser transformado’’, a utopia não estaria
apenas em querer-se “instalar a razão no imaginário’’, mas talvez mostrar que
os dois, razão e imaginário são duas faces de uma mesma moeda”“. O real é
aquilo que pode ser transformado pelo imaginário e o imaginário aquele que um
dia, ao aproximar a realidade da imaginação, transforme o que era imagem em
real.
Sabemos que
educar é um ato de amor. Não só com alunos com necessidades especiais das mais
diversas formas, mas a qualquer aluno. Respeito
as diferenças e ao aluno é essencial. Queiramos nós, em um futuro
próximo, sermos educadores com excelência. Creio que... AMOR, RESPEITO e DEDICAÇÃO
são as chaves pra alcançarmos nossos ideais.
Izilda Rodrigues
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