sexta-feira, 29 de março de 2013

Dia mundial da conscientização do Autismo


O autista é a pureza e a inocência num só... tudo que ele demonstra é verdadeiro...Feliz daquele que por um instante conseguir participar deste mundor  singular! Este é meu aluno Enzo...

Você sabia? O autismo é uma síndrome que atinge  500 mil  brasileiros diagnósticados. Em crianças, o autismo é mais comum que o câncer, a AIDS e o diabetes.
O azul é considerado a cor do autismo, porque a síndrome é mais comum nos meninos – na proporção de 4 meninos para cada menina.
O autismo representa uma gama de distúrbios que afetam três áreas do desenvolvimento da pessoa: a comunicação, a socialização e o foco de interesses, mostrando comprometimento em graus variados. Por isto, suas diversas manifestações são agrupadas dentro de um grupo chamado Transtornos Globais do Desenvolvimento, ou espectro autista, para lembrar que sua diversidade é como a das cores no arco-íris: desiguais, mas unidas na composição da luz branca. Embora seja costume afirmar que autistas vivem em seu próprio mundo, na verdade são pessoas com uma forma diferente de sentir, perceber e se relacionar com as demais pessoas, mas não constroem nem muito menos vivem num mundo imaginário; ao contrário, esforçam-se para viver em nosso mundo, muitas vezes não entendendo as complicadas normas sociais. Mesmo assim, algumas  pessoas autistas, enfrentando suas dificuldades e as barreiras que a sociedade lhes apresenta, conseguem mesmo constituir família e ter uma vida profissional normal. Por outro lado, devido a suas dificuldades de comunicação e relacionamento, a maioria acaba por ter um desempenho fraco na escola ou no trabalho. Nos casos mais graves, devido à desinformação dos adultos, pais e profissionais da Medicina e da Educação, a criança autista não consegue compreender o mundo em que vivemos. Nesses casos, pode crescer frustrada e responder ao mundo com gritos e com agressões; muitas vezes, se auto-agridem, machucam-se, para descarregar sua frustração em não ser compreendido.
Os principais comportamentos que caracterizam os sintomas de autismo em uma pessoa pode ser descritos como:
- Movimentos repetitivos.

- Prejuízo nos contatos sociais.

- Manuseio de objetos de forma obsessiva.

- Resposta anormais às sensações.

- Comportamentos oscilantes e incoerentes.

- Ausência da noção de perigo ou medo de situações que são ofensivas.

- Coordenação motora irregular.

- Choro ou risada sem motivo ou inapropriado.

- Dificuldade em contatos visuais.
- Hiperatividade ou apatia.
- Dificuldade de aprendizagem pelos métodos tradicionais de ensino.
- Déficit no desenvolvimento da linguagem e fala.
- Dificuldades na compreensão da linguagem falada.
- Tendência para brincar sozinho (isolamento social).
- Resistência frente a mudanças na rotina.
- Prejuízo na imaginação, fantasia e criatividade.




Izilda Rodrigues


quarta-feira, 27 de março de 2013

Comunicação alternativa como estratégia eficaz, com alunos com dificuldades de linguagem

A comunicação entre os indivíduos está presente em todos os momentos da vida, sendo essencial ao seu desenvolvimento. Contudo, apesar de a linguagem oral ser o meio de comunicação mais utilizado, há pessoas que, devido a fatores neurológicos, físicos, emocionais e cognitivos, se mostram incapazes de se comunicar através da fala.Os alunos com impedimentos na comunicação nem sempre participam dos desafios educacionais, porque os professores desconhecem estratégias e alternativas de comunicação. Para garantir a esses alunos meios de expressarem suas habilidades, dúvidas e necessidades, faz-se necessário descobrir meios de compreender de que forma eles estão processando e construindo conhecimentos.



A comunicação alternativa é a área da tecnologia assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de comunicação é denominada de Comunicação Alternativa (CA). A comunicação alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
A CA pode acontecer sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim, não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de comunicação necessários no cotidiano.
Crianças autistas são excelentes observadoras e apesar de parecerem  distantes estas crianças refletem os acontecimentos e atitudes ao seu redor. Por isso algumas crises de comportamento melhoram quando mudamos nossas atitudes. Na foto gêmeos autistas, são meus alunos no atendimento TEACCH. Necessitam de muito carinho e compreensão...
Com o objetivo de ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o próprio computador que, por meio de software específico, pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e comunicação. Os recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente personalizada e levam em consideração várias características que atendem às necessidades deste usuário.
A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo "tchau"); amarelo são os sujeitos, (visualiza-se o símbolo "mãe"); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo "desenhar") ; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo "perna"), azuis são os adjetivos (visualiza-se o símbolo "gostoso") e branco são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo "fora").

Para a confecção de recursos de comunicação alternativa como cartões de comunicação e pranchas de comunicação são utilizados os sistemas de símbolos gráficos, que são uma coleção de imagens gráficas que apresentam características comuns entre si e foram criados para responder a diferentes exigências ou necessidades dos usuários.



Na figura acima, podemos ver   uma pasta de comunicação e nela, há uma prancha que contém as letras do alfabeto e os números. O usuário está apontando o dedo indicador na letra "X"

Visualiza-se uma prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos PCS cujas mensagens servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão organizados por cores nas categorias social (oi, podes ajudar?, obrigada); pessoas (eu, você, nós); verbos (quero, comer, beber); substantivos (bolo, sorvete, fruta, leite, suco de maçã e suco de laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).

Fichas de receitas ou receitas completas podem ser descritas com a sequência de símbolos gráficos associados com a escrita. Para confecção destes recursos a ferramenta Simbolar será muito útil.


Em sete frases, escritas com texto e símbolos, está uma sequência de atividades que deverão ser feitas para a preparação de um sanduíche de geleia com queijo.

Pranchas de comunicação temáticas poderão ser construídas para que o aluno usuário da CA possa participar de atividades de interpretação de histórias ou também para que possa perguntar, responder e argumentar sobre os conteúdos estudados e atividades desenvolvidas em sala de aula.

Um livro de história, que fala sobre temas de ecologia, está acompanhado de uma prancha temática, com a qual o usuário da CA poderá apontar ações positivas e negativas relativa à preservação do meio ambiente

Visualiza-se uma sequência de atividades individuais de um usuário da CA que se chama Paulo. As atividades ilustradas em sequência de símbolos que representam sua rotina matinal desde o acordar, vestir-se, fazer a higiene pessoal, até tomar o café da manhã.

Com fotografias escaneadas de um cardápio foi montada uma prancha de comunicação temática, para comprar o lanche. Visualizamos as imagens dos sanduíches, copo de refrigerante, salada e embalagem do lanche. Estas mesmas imagens aparecem organizadas numa prancha de comunicação.

A inclusão comunicativa não se restringe à disponibilização destes e outros recursos, sejam eles de tecnologias de alto ou de baixo custo. Tão ou mais importante do que isso, é a presença de interlocutores interessados em interagir e acolher as mensagens da pessoa não oralizada. Assim, são fundamentais a aceitação e o incentivo ao emprego de formas alternativas de comunicação, inclusive pelo próprio grupo social.

Izilda Rodrigues

quarta-feira, 20 de março de 2013

Benefícios da Educação Inclusiva...

Inclusão é a capacidade de aceitação da diversidade! Esta é uma sala de aula inclusiva...
Foi  lindo este encontro dos dois ... Luíz e Brendaw


Níver de Brendaw...seu sonho era tomar um banho de ovos no dia de seu aniversário...Sonho realizado pelos seus colegas de turma. Que alegria é essa gente!!!

Me ajudam  a crescer!
 O contato e o convívio, formal e informal, entre os diversos alunos, com e sem deficiências, é uma oportunidade para a construção de relações afetivas, que podem vir a revelar-se, ao longo dos anos, como um suporte emocional fundamental na construção da personalidade dos alunos com deficiência. Faz com que ganhem forças para superar modificações sociais, geralmente mais autónomas e diversificadas. Por sua vez os alunos ditos “normais” poderão desenvolver uma maior capacidade da aceitação da diferença.
 Aceitar a inclusão é antes de tudo aceitar que vivemos em uma sociedade onde as diferenças são reais e devem ser respeitadas.
A educação como outras áreas da sociedade é grande responsável por essa mudança de comportamento, e uma de suas missões é a de passar informação, que é uma das formas mais simples de se combater o preconceito. A inclusão faz com que as pessoas se aproximem e tragam pra perto de si pessoas antes tidas como anormais, e incapazes e essa aproximação faz muita diferença não somente na vida daquele que foi incluso, mas também na vida daquele que aceitou a inclusão do diferente em sua vida.
A ideia da inclusão não é nova, mas ainda precisa amadurecer nas mentes de pais, educadores, governantes e toda sociedade, antes de tudo é preciso deixar de ignorar a existência do problema e torna-lo parte de nossas vidas como algo natural.
Aceitar o que é diferente causa medo, desconfiança, mas quando percebemos tudo de novo e interessante que podemos aprender e passar para o outro conseguimos ver que não estamos fazendo nenhuma caridade, mas dando e recebendo na mesma medida.
Todas as mudanças de comportamento e de pensamentos necessárias para que a inclusão seja eficaz em nossa sociedade só viram quando as pessoas descobrirem o quanto as nossas diferenças podem ser compartilhadas, e úteis às outras pessoas.
Deve reconhecer-se que a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais implica muito mais do que colocar simplesmente o aluno numa escola regular. Trata-se de um processo em que o aluno tem oportunidades para se desenvolver e progredir em termos educativos para uma autonomia econômica e social.

Izilda Rodrigues

segunda-feira, 18 de março de 2013

Um resumo do que tenho aprendido estudando e convivendo com crianças autistas...




É uma síndrome que se  caracteriza por problemas na comunicação (mesmo as pessoas verbais têm fala atípica e dificuldade para expressar ideias e sentimentos); na socialização (possibilidade de mal-estar em meio aos outros, pouco contato visual e compreensão por vezes precária das conversas); e no comportamento (padrões repetitivos e movimentos estereotipados, como balançar o corpo). É um conjunto de sintomas, não exatamente uma doença. No Brasil, não há qualquer estatística, mas pesquisas em outros países apontam para algo como um autista em cada cem habitantes. Você não sabe ou não quer saber, mas pode ter um aí ao seu lado.

Foi num gesto contra o preconceito e o isolamento que a presidente Dilma Rousseff sancionou, em 27 de dezembro do ano passado, a lei nº 12.764/12, conhecida como Lei Berenice Piana, em homenagem à mãe de Itaboraí (RJ) que tanto batalhou pelo projeto que pode beneficiar seu filho e milhares de outros.
A nova lei dá direito a atendimento especializado e obriga o Estado e as entidades privadas a garantir o acesso à educação e ao mercado de trabalho, dentre outros direitos. Escolas e planos privados de saúde não poderão rejeitar pessoas com autismo, e estas terão como reivindicar prioridade no atendimento. O gestor escolar que recusar a matrícula de um aluno com deficiência pode receber multa de 3 a 20 salários mínimos.

Os pais e profissionais que defendem o ensino especial (por acharem que os alunos aprendem mais assim e ficam protegidos de bullying, argumentos sérios que devem sempre ser levados em conta) vêm se queixando de uma desvalorização dos trabalhos voltados diretamente para autistas. Mas a redação da lei não impede que as escolas especiais continuem a existir. O que não tem havido é incentivo público a essa ala da educação, opção que precisa continuar a ser debatida, pois é polêmica. Talvez abordar o tema da inclusão escolar nos dias atuais, represente mais a expressão de um anseio de que pessoas com quaisquer deficiências possam estar em escolas regulares, que a revelação de uma ideia clara acerca de ações que indiquem como, de fato, a inclusão deverá ser implantada de modo efetivo.

Nesse contexto, discutir a inclusão é tarefa, no mínimo, desafiadora, uma vez que implica em dizer o que já foi dito tantas vezes e aquilo que, entretanto, ainda resta por dizer. Penso que em se tratando de inclusão, faz-se necessário pensar para além da esfera das pessoas com deficiências e avançar na discussão da relação que a escola estabelece com o “diferente”, identificável a partir de um padrão previamente definido.
Muito urgente também é a criação de uma política pública para o autismo. O Estado brasileiro praticamente ignora o assunto. E o passo inicial é simples: propagar pelo país experiências como da Apae de Ipatinga, referência nacional  em atendimento a autistas e tantos outros exemplos.

Acredito que as oportunidades de inclusão de alunos com autismo tendem a aumentar, com o passar dos anos. Penso que quanto mais as pessoas, de um modo geral, e, em especial, os profissionais da área da educação, souberem acerca dessa síndrome (características, estilos de comportamento, etc.) mais se abrirão vias de acesso à entrada dos mesmos nas escolas regulares. Creio que incluir pessoas portadoras de TID em classes regulares seja algo possível numa escola inclusiva, conforme os parâmetros que proponho.

A ideia de inclusão que apresento poderia a muitos parecer utópica, se pensarmos no tempo presente. Entretanto acredito que, se a realidade é construída pelo social, pode ser substituída por outra realidade utópica apresentada.
Se, conforme disse Cornelius Castoriadis, grande filósofo, economista e psicanalista francês “o real é também, aquilo que pode ser transformado’’, a utopia não estaria apenas em querer-se “instalar a razão no imaginário’’, mas talvez mostrar que os dois, razão e imaginário são duas faces de uma mesma moeda”“. O real é aquilo que pode ser transformado pelo imaginário e o imaginário aquele que um dia, ao aproximar a realidade da imaginação, transforme o que era imagem em real.

Sabemos que educar é um ato de amor. Não só com alunos com necessidades especiais das mais diversas formas, mas a qualquer aluno. Respeito  as diferenças e ao aluno é essencial. Queiramos nós, em um futuro próximo, sermos educadores com excelência. Creio que... AMOR, RESPEITO e DEDICAÇÃO são as chaves pra alcançarmos nossos ideais.

Izilda Rodrigues