quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Método TEACCH para alunos autistas


Eu, juntamente com meu aluno Matheus  em atividade com formas geométricas. O aluno  é autista e necessita de ajuda física, verbal e gestual, realiza atividade na mesa do professor. A medida  que as atividades do trabalho na mesa do professor vão sendo aprendidas, passam para a mesa independente, que é a  segunda fase da aprendizagem, para isto necessita-se de absoluta  certeza de que tal situação foi aprendida e possa se dar um passo adiante. A metodologia é comportamental. 

O aluno  André  realiza atividade de seleção de cores em mesa independente, em nível mais avançado de aprendizagem. 
O que é uma sala TEACCH?

É uma sala de ensino estruturado que incluí a utilização de uma rotina de trabalho, destinada às crianças com autismo e dificuldades de comunicação, tendo por base a sua capacidade e estilo único de aprendizagem, utilizando o programa TEACCH.

E o que é o Autismo?

É uma perturbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida. Manifesta-se em três domínios:

- Perturbações no domínio da interação social recíproca;
- Deficiência na comunicação verbal e não verbal;
- Repertório restrito de interesses e comportamentos.

A prevalência atual do autismo está na taxa de 7 a 10 casos por 10.000 crianças.
Existe uma maior incidência do autismo nos meninos na base de 4 meninos por 1 menina.
O autismo pode causar incapacidades em todas as áreas do desenvolvimento psicológico, desde o nível cognitivo, de linguagem, comportamental e de interação social.
Não há cura para o autismo, mas, através do Método TEACCH pode-se minimizar os sintomas e fazer com que a criança consiga lidar com mais tolerância as atividades que antes lhe pareciam confusas. Desta forma, existe a possibilidade de mudar tendências inatas do comportamento.
O que se observa é que é possível desenvolver habilidades sociais para que o indivíduo autista possa interagir, de forma aceitável, nesta sociedade.
Cada criança deve ser analisada individualmente, para que seu programa de tratamento também seja feito de maneira individual. Não é porque as crianças têm o mesmo diagnóstico que apresentam as mesmas dificuldades. Esta metodologia mostra-nos exatamente isto. Todos são diferentes e suas rotinas e atividades devem ser estudadas de acordo com a necessidade especifica de cada um.


Objetivos do  Método TEACCH:

Incentivar a comunicação
Ensinar habilidades para a vida adulta
Promover o máximo de independência reduzindo a ajuda do adulto
Apresentar visualmente instruções
Manter a rotina com flexibilidade
Respeitar a individualidade
Ensinar habilidades em situações as mais próximas das naturais

 Princípios do programa TEACCH

Guiando-se pelos princípios abaixo, o TEACCH oferece as idéias básicas de sua fundamentação, sem as quais o educador não conseguirá organizar-se na estrutura do programa.São eles:

 Para se ensinar novas habilidades é necessário adequar o ambiente às  dificuldades do alunos.
  A colaboração entre família e escola é condição indispensável para o tratamento.
  A corrente teórica que fundamenta a prática educativa é a cognitivo-comportamental.
·        Os suportes visuais auxiliam na estruturação da forma de ensinar.

Fundamentação básica:

Preocupar-se com os interesses e habilidades do aluno
Realizar avaliação processual
Auxiliar o aluno na compreensão dos significados
Potencializar a comunicação com a família  
Estruturar a forma de ensinar e apresentar as tarefas
 Planejar estratégias de mudança comportamental mediante a análise funcional do comportamento

Características do TEACCH

 Individualidade na programação do currículo
 Instrução visual
 Rotina com flexibilidade
 Ambiente livre de hiperestimulação
 Ordenação universal (da esquerda para a direita/ de cima para baixo)
 Clareza nos comandos
 Auto monitoramento provocando independência
 Análise de tarefas como recurso de ensino e avaliação
 Atividades e tarefas organizadas em sistemas de trabalho

Contribuições do TEACCH:

Favorecer a generalização
Favorecer o controle do comportamento
Estimular e desenvolver atenção

O TEACCH não visa eliminar o padrão autístico,  mas aproveitar o que o autismo provoca na pessoa.  Ao mesmo tempo em que o TEACCH estrutura atividades em sistemas de trabalho que organizam o pensamento e evidenciam o conceito que está sendo ensinado, o oferecimento das tarefas em vários contextos (ambientes, pessoas, situações, material)  favorece a generalização do conteúdo, gerando a aprendizagem.
O programa TEACCH  deve ser trabalhado usando  as formas adequadas e o uso correto dos procedimentos de ensino,  guiando o aluno para o foco a ser trabalhado. Eliminando estímulos desnecessários e concorrentes, garantimos a atenção e por conseguinte, sucesso no trabalho. Tal engajamento, sendo mais produtivo faz com que o aluno obtenha sucesso e passe a emitir condutas mais adequadas. Sabendo o que tem que ser feito, por quanto tempo terá que trabalhar, visualizando a instrução e reconhecendo o que se espera dele, o aluno com autismo sai de um estado ansioso e passa a contribuir funcionalmente para a sua aprendizagem. Talvez seja esta a maior contribuição do TEACCH para estas pessoas.
  
O Programa TEACCH beneficia alunos que apresentam:

Dificuldade na aprendizagem de conceitos
Foco excessivo em detalhes
Distrabilidade
Pensamento concreto
Dificuldade na associação de idéias
Dificuldade na generalização
Impulsividade e ansiedade
Anormalidades sensório-perceptuais

O TEACCH tem ajudado o autista a adequar-se dentro de suas possibilidades à sociedade, promovendo sua independência em função de suas dificuldades. As técnicas comportamentais e a educação especial têm mostrado a forma mais eficiente para o atendimento dos indivíduos  que possuem  espectro autístico. Sendo assim, é possível pesar seus ganhos e ver que vale a pena investir em uma proposta estruturada e individualizada.   

Izilda Rodrigues     

domingo, 4 de novembro de 2012

As Pessoas com Necessidades Especiais e o processo de Inclusão

Brendaw adora jogar sinuca... e muitas outras coisas mais...

Cheio de charme e elegância!!!


Luiz adora participar de todos os eventos...

Eu e Paulo Henrique...esse menino é nota 1000!


Percorrendo a história da humanidade, verificamos que as pessoas com necessidades especiais têm sido discriminadas pela sociedade, que as julgava improdutivas e incapazes para desempenhar funções na vida social, o que contribuía para excluí-las da sociedade. Porém, na última década, verificamos que no Brasil essa área tem sido demarcada por uma série de iniciativas governamentais relacionadas à educação. Trata-se de uma mudança de perspectiva do trabalho escolar, na medida em que procura atender a todos os alunos, buscando criar condições para que construam sua autonomia a partir do domínio do ambiente físico e social. Isso impõe respeito e cria espaço para todos. Implica ainda traduzir as obrigações que garantam a igualdade de oportunidades para assegurar que as pessoas com necessidades especiais tenham os mesmos direitos e obrigações das demais.

Em síntese, posso arriscar a dizer que a inclusão é um processo emergente e cabe à escola, ao estado e à sociedade buscar novas formas de encarar a realidade e transformá-la de maneira consciente. Além disso, a verdadeira inclusão escolar e social implica, essencialmente, a vivência de sentimentos e atitudes de respeito ao outro como cidadão.

Diante do que disse, fica clara e urgente a necessidade de nós, professores, repensarmos nossa prática em relação aos conteúdos tratados em nossas aulas. No que diz respeito ao processo de inclusão das crianças com necessidades especiais no ensino regular, ainda temos um caminho a percorrer, pois o preconceito ainda está muito presente em nossa sociedade.

Mais do que mudança física e arquitetônica, é preciso haver mudança nas atitudes, nos sentimentos, nas famílias, nas escolas e nos governos. A inclusão não se dá de forma isolada. Ela precisa de parcerias para acontecer. Não restam dúvidas de que a inclusão é um desafio, já que se trata de um paradigma de pensamento e de ação pois, que se trata da inclusão de todos os indivíduos na sociedade, na qual a diversidade deve tornar-se uma norma e não uma exceção. O caminho não é certamente um dos mais fáceis. Mudanças dessa natureza não são feitas sem resistência, mas é o único caminho para uma prática social verdadeiramente democrática. Esta é a minha bandeira e pouco a pouco vamos vencendo...

 Izilda Rodrigues



As pessoas com Necessidades Especiais podem ir além... na deficiência é possível encontrar EFICIÊNCIA...


Alunos com Necessidades Educacionais Especiais participando de corrida... Todos são vencedores!!! 
Alunas da Apae  de Ipatinga em apresentação no Centro Cultural Usiminas...Foi lindo!!! 
Pensou que ficaríamos de fora da corrida??? Nem pensar... 
Aqui como espectadores ...Schirlene, eu  e  Antõnio...
Posso dizer que em nossa Escola  estamos caminhando rumo a Inclusão, da forma como esta deve ocorrer.  Ou seja, que  todos possam ter acesso a uma educação de qualidade, em que cada ser possa ser valorizado de acordo com suas especificidades...Estamos caminhando para isso! Motivação e vontade é o que não nos falta! 
Aqui só uma palavra resume toda a apresentação: SUPERAÇÃO

                                 MÚSICA:  VALEU A PENA Ê Ê... O RAPPA
Marcinho e Schirlene...Divertidíssimos!

PROJETO: O JOGO DE XADREZ COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO AEE


           Escola Estadual Professora Elza de  Oliveira Lage 

Sala de Recursos Multifuncionais - SRM
Atendimento Educacional Especializado - AEE
Professora/Psicopedagoga: Izilda Rodrigues



1 - INTRODUÇÃO

O jogo de Xadrez  é considerado como uma importante atividade na educação de crianças, uma vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social, moral e a aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade,  a  iniciativa  e  a  autoconfiança,  proporcionando  aprendizagem,  desenvolvimento  da linguagem, do pensamento, da concentração, da atenção, sendo indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.

2 - REFERENCIAL TEÓRICO

O jogo de Xadrez  é considerado uma atividade lúdica que envolve três funções:
1- Socializadora (através do jogo a criança desenvolve hábitos de convivência);
2- Psicológica (pelo jogo a criança consegue controlar seus impulsos);
3- Pedagógica (o jogo trabalha a interdisciplinaridade, a heterogeneidade e o erro de forma positiva, tornando a criança agente ativo no processo de desenvolvimento).

No jogo de xadrez, há que se considerar que ele desenvolve habilidades importantes, como concentração, atenção, paciência, análise e síntese, imaginação, criatividade. Também estimula a abstração, uma vez que uma partida de xadrez é planejada, ou seja, desenvolve-se na mente do jogador. Todas essas habilidades são de fundamental importância para a construção do conhecimento matemático.
O Xadrez proporciona diversos benefícios, pois além dos citados anteriormente, é uma atividade que facilita a aprendizagem de outros conteúdos, como história, quando apresenta-se o próprio desenvolvimento do jogo; a geografia, ao contar sobre sua disseminação pelos diversos continentes. O estudo de seu tabuleiro relaciona-se a conteúdos de matemática e geometria, tornando-o ferramenta para um ensino mais prazeroso e eficaz. Os benefícios de sua prática iniciam-se quando a criança passa a conhecer e a exercitar o domínio do tabuleiro, o que resulta em ganhos para sua noção espaço-dimensional. Depois do tabuleiro são apresentadas as peças, cada qual com suas características físicas, seus movimentos e papel no jogo, auxiliando o desenvolvimento da memória e da concentração.  O desenvolvimento do jogo, com a integração das peças e os cálculos das jogadas exercitam o raciocínio lógico e imaginação, assim como a escolha do próximo lance valoriza sua iniciativa e autonomia.(Partos, Charles 1978) Faz parte do jogo também o outro jogador e o contato com ele é, portanto indispensável. Nesse contato a criança se integra, conhece e reconhece outros pontos de vista. Além disso, o Xadrez trás os efeitos positivos que todos os esportes e jogos trazem, como o espírito de competição, o respeito a regras e o saber lidar tanto com a vitória quanto com a derrota. Além dessas habilidades é possível observar sua interferência nas seguintes áreas do desenvolvimento
ÁREA MOTORA: Coordenação viso motora, coordenação dinâmica manual, orientação espacial.
ÁREA COGNITIVA: Memória, atenção e concentração, raciocínio, antecipação e planejamento, bem como a sua linguagem.
ÁREA AFETIVO-EMOCIONAL: Socialização.
ÁREA ACADÊMICA: Construção do número e oralidade

3 - OBJETIVO GERAL
O objetivo do projeto é a utilização do jogo de xadrez como instrumento pedagógico e social, visando auxiliar o desenvolvimento escolar dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

4 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Estimular a atividade intelectual;
  • Desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de cálculo;
  • Desenvolver a força de vontade, tenacidade, a memória e a concentração;
  • Ensinar a avaliar as consequências dos seus atos, tornando os alunos mais  prudentes e responsáveis;
  • Trabalhar os diversos conteúdos e alfabetização,de acordo com prática interdisciplinar;
  
5 - METODOLOGIA/DESENVOLVIMENTO

Ao iniciar um trabalho com o xadrez é fundamental realizar uma contextualização histórica e social.  Contar a história apresentando aos alunos informações sobre como surgiram as peças e o tabuleiro, quais foram os povos que contribuíram para essa evolução e quais os princípios éticos que são desenvolvidos a partir da prática do jogo. Introduza a criança ao nome das peças e ao tabuleiro. Mostre as casas brancas e negras, mostrando que uma peça só ocupa uma casa de cada vez. Dependendo da curiosidade e idade da criança, conte o número de peças e casas com ela, pois isso ajuda a noção de espaço. Algumas regras básicas sobre o xadrez que não digam respeito a movimentação das peças podem ser facilmente aprendidas, então aproveite para explicar que as brancas sempre começam jogando e como o tabuleiro deve estar posicionado (última casa da direita é sempre branca para os dois jogadores), bem como o objetivo final do jogo (xeque-mate no rei).
Ensinar como as peças se movem através de brincadeiras. Para citar um exemplo: a ideia de oposição dos reis, bem como sua movimentação, pode ser ensinada através de um jogo com dois reis no tabuleiro, um tentando passar para a última linha do lado do outro.

Assim que a criança entender o funcionamento das peças e o objetivo final do jogo, mostre os xeque-mates mais comuns (duas torres, dama e rei, torre e rei, etc), como promover um peão, a situação do rei afogado e o roque. É interessante ensinar a criança fazendo com que ela mesma perceba as situações e mova as peças. Deixe que descubra um xeque-mate, um rei afogado ou a promoção de um peão.

Finalmente, depois de ensinar todas as regras do jogo, pode-se começar a jogá-lo com a criança. A compreensão de certas regras só será plenamente desenvolvida durante as partidas, então é importante ter paciência com a cognição do aprendiz; respeitando o tempo, ritmo de aprendizagem e valorizando e incentivando as potencialidades de cada educando.  Apresentar os conceitos de tempo, espaço e desenvolvimento das peças. A alfabetização, produção de textos também deve ser contemplada e trabalhada durante todo o desenvolvimento do projeto. 

6 - DURAÇÃO DO PROJETO: 6 MESES

ATORES ENVOLVIDOS: Professora do AEE e alunos atendidos no turno vespertino (6° ao 9º ano).
JUNHO/DEZEMBRO
ENCERRAMENTO: Culminância com campeonato de xadrez envolvendo os alunos do AEE na SRM..

7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como professora de alunos com deficiência  intelectual, múltipla  e distúrbios de  aprendizagem, posso  assegurar que cada aluno deverá alcançar  melhora no processo ensino-aprendizagem, pois é comprovado os benefícios que o xadrez proporciona, respeitando o comprometimento, o ritmo e os níveis das deficiências e as especificidades de cada um dos alunos.  Com o desenvolvimento das atividades intelectuais que o xadrez estimula, o jogo se torna um instrumento pedagógico eficaz para o progresso de sua aprendizagem na rapidez de raciocínio, elevação da autoestima, aquisição de estratégias para resolver problemas, interpretação, seqüenciação de fatos e principalmente para o aumento da capacidade de concentração.
E assim, com muito esforço e dedicação, vamos alçar vôos na arte do tabuleiro e da vida, mostrando que o xadrez não tem barreiras. É para todos que gostam, embora algumas pessoas relutem em aprender o esporte, por considerá-lo  difícil.

Se na concepção de Goethe "O xadrez é a ginástica da inteligência", para mim "O xadrez é um jogo fascinante que abre diversos caminhos".
  

8 - BIBLIOGRAFIA

D’AGOSTINI, S.O. S. Xadrez básico. Rio de Janeiro: Edouro, 2002.
DSM – IV. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Cláudia Dornelles – 4ª ed.Porto Alegre: Artmed, 1995.
PINTO, V.; CAVALCANTI, F.Xadrez  para todos: uma ferramenta pedagógica. Recife: Bagaço,2005.
VIGOTSKI, L. S.; LURIA. A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.São Paulo: Ícone, 2006.
Textos e Artigos on-line
CALMBACH, Ana C. Von. O xadrez e a educação. Disponível:
www.apetx.org.br/aplicando_o_xadrez_escolar.1tm (Acesso em 11/06/2012)
CHRISTOFOLETTI, D. F. A. O jogo de xadrez na educaçãomatemática. In:
http://www.efdeportes.com/efd80/xadrez.htm (Acesso em 11/06/2012FERREIRA,Dores. O jogo de xadrez e a identificação de padrões. In: GOULART, Edson & FREI, Fernando. O jogo de xadrez como ferramenta para o ensino da matemática às crianças do ensino fundamental. In: www.unesp.br/prograd/PDFNE2005 (Acesso em 11/06/2012
Sites sobre jogos de xadrez visitados
www.clubedexadrez.com.br/portal/cxtoledo/artigo4.htm, - Toledo (Acesso 14/05/2012)
www.apetx.org.br(Acesso 30/05/2012).
www.google.com.br/imagens (Acesso 30/05/2012).
www.ludus.esp.br (Acesso em 30/05/2012).
http://www.fpx.com.br/mostracol.asp?colid=75 (Acesso 30/05/2012).




sábado, 3 de novembro de 2012

Atendimento Educacional Especializado na Sala de Recursos Multifuncionais

Eu e Brendaw...
Eu e meu lindo aluno Brendaw. Perto dele ninguém fica sem sorrir! 
Estar ao lado de Luíz é um privilégio.. Aprendemos muito quando estamos juntos!!!
Este é Antônio.  As vezes reclama da vida, mas  na maioria das vezes é um amor!!! 
Brendaw recebeu sua medalha com muita alegria e entusiasmo!
Eu, minhas colegas de equipe, alunos e muita alegria. 
Luiz está concentrado na atividade...
Envolvidos e concentrados, cada um em sua atividade...Luíz,,  João Paulo e Kleizer realizando produção escrita.
A princesa Elfa entre dois lindos príncipes....




Trenzinho da alegria, da superação e da vontade de viver...

Vendinha na Sala de Recursos multifuncionais


Brendaw vai muito longe!
Um dos momentos inesquecíveis da vida de qualquer aluno é quando, pela primeira vez ele junta uma letrinha,mais outra e mais várias delas e começa a...ler!! É uma conquista tão importante que será usufruída pelo resto de sua vida e abrirá,a cada dia,uma nova janela para o mundo...e aqui, motivação é o que não falta! Não é Paulo Henrique???

Alunos encenando "Linda Rosa Juvenil"...Muito lindo!!!

O objetivo do Atendimento Educacional Especializado é atender alunos com Necessidades Educativas Especiais, objetivando o aprimoramento do seu processo de ensino aprendizagem, valorizando suas potencialidades.

Nunca o tema da inclusão esteve tão presente no dia a dia da educação. Cada vez mais professores estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas, mas também acolhidas como subsídio para a construção do cenário escolar. E não se trata apenas de admitir a matrícula dessas crianças, isso nada mais é do que cumprir a lei. O que devemos fazer é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa. Aprender a conviver com as diferenças é um crescimento pessoal, um passo nas relações interpessoais.

A Declaração de Salamanca, 1994, afirma que todas as crianças tem necessidades e aprendizagens únicas, tem direito a ir à escola de sua comunidade, com acesso ao Ensino Regular, e os Sistemas Educacionais devem implementar programas, considerando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a criança.

A Sala de Recursos Multifuncionais favorece o processo de inclusão educacional, trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular à que estão matriculados.

Tenho ouvido muitos professores a respeito de inclusão, suas angústias, dúvidas e incertezas. Esta inquietação é o primeiro passo para buscar a mudança, revisar suas metodologias e repensar o objetivo maior da educação. Sabemos que não é fácil abrir mão de antigos conceitos, mas precisamos romper essas barreiras, pois já sabemos dos benefícios da Escola Inclusiva, não apenas para aquele que possui necessidades educacionais especiais, mas para todos, que crescem com a diversidade e, certamente, serão pessoas melhores no futuro.

O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência, altas habilidades ou superdotado. Este pode ser em uma Sala de Recursos Multifuncionais, ou seja, um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. Esse atendimento deverá ser paralelo ao horário das classes comuns. Uma mesma sala de recursos, conforme cronograma e horários, pode atender alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades. O trabalho pedagógico deve ser sistemático, mediante: trabalho em pequenos grupos e/ou individualizado quando necessário cronograma de atendimento com vistas ao progresso global, adoção de estratégias funcionais na busca de alternativas para potencializar o cognitivo, emocional, social, motor e / ou neurológico. 

O trabalho a ser desenvolvido na sala multifuncional deverá partir dos interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem específicos de cada aluno, oferecendo subsídios pedagógicos, contribuindo  para   a  aprendizagem  dos conteúdos na classe comum e , utilizando-se ainda, de metodologias e estratégias diferenciadas.

O trabalho desenvolvido na sala multifuncional deve oportunizar autonomia, independência, e valorização das ideias dos alunos, desafiando-os a empreenderem o planejamento de suas atividades.

A  sala  multifuncional  é o local de apoio, estimulo ao crescimento, desenvolvimento e busca do saber, não é local para realização de atividades de reforço escolar.

Procedimentos  e  atividades  trabalhadas  no Atendimento Educacional Especializado

  • Leitura de textos informativos e livros que tragam ensinamentos com valores morais.
  • Muito diálogo entre professor e alunos e até mesmo, assuntos abordando a formação familiar para compreender e buscar ajustamento pessoal e social do educando.
  • Desenvolver  técnicas  relaxantes com fundo musical apropriado, histórias contadas,  fazendo  com  que  o  educando controle seus impulsos comportamentais  de  desequilíbrio  orgânico.
  • Utilizar jogos, quebra-cabeças, encaixes, pintura e desenho, massa de modelar, gravuras em seqüências buscando desenvolver a atenção, concentração, percepção, interesse, criatividade e coordenação motora.
  • Utilizar bonecos, dorso e esqueleto humano para melhor compreender as partes, os órgãos e suas funções no organismo.
  • Explorar vários objetos desenvolvendo os cinco sentidos, buscando relacioná-los de acordo com suas características.
  • Leitura do alfabeto e vários suportes de textos, silenciosa, oral, individual e coletivamente, até mesmo pelo professor.
  • Identificação e indicação das letras do alfabeto maiúsculo, vogais e consoantes, onde for indicado, expressando seu valor sonoro.
  • Interpretação oral e escrita de acordo com a proposta.
  • Expressão gráfica: oral e escrita, individual ou coletiva, de acordo com o conteúdo abordado respeitando as individualidades.
  • Propor sistematização de palavras, dentro de um contexto significativo usando recursos audiovisuais (palmas, abrir a boca, etc).
  • Atividades orais e escritas, individuais ou coletivas, faltando letras ou sílabas, iniciais ou finais, para indicar ou grafar corretamente, de acordo com o que for sugerido.
  • Produção ou reprodução oral ou escrita, individual ou coletiva a partir das sugestões indicadas.
  • Ordenação e elaboração de frases, orais ou escritas, individuais ou coletivas, a partir de vários recursos sugeridos.
  • Criar situações em que a oralidade e escrita se faça necessário (bilhetes, avisos, cartas, recados, propaganda, grafia de palavras, receitas e anúncios).
  • Trabalhar com propagandas de embalagens e rótulos, montando um painel para leitura diária, visando a assimilação da leitura e escrita.
  • Desenvolver atividades com o nome dos alunos não alfabetizados (crachás, bingo, quebra-cabeça, letra e sílaba inicial e final, letras móveis, comparação entre letras, valor sonoro das letras)
  • Utilização de diferentes linguagens (verbal, oral, escrita, gráfica, plástica e corporal) como meio para produzir e expressar suas idéias, atendendo a diferentes situações de comunicação.
  • Utilizar comunicação alternativa com alunos que ainda não desenvolveram a linguagem oral.
  • Conceitos básicos (número, classificação, seriação, ordenação, sequenciação  comparação, identificação de símbolos, contagem, quantificação e conservação).
  • Exploração de relações de tamanhos, cor, forma, espaço, distância, inclusão de classes, dentro, fora, em cima, embaixo, lateralidade, direção, posição e medidas de tempo, texturas, espessuras, peso e altura.
  • Reconhecimentos, registros, leitura, representação, composição e decomposição mental oral e escrita do sistema de numeração decimal.
  • Trabalhar o Xadrez e outros jogos que estimulem o raciocínio.
  • Propor formulação de hipóteses sobre grandeza numérica pela identificação da quantidade dos algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica (Sistema de Numeração Decimal)
  • Atividades orais ou escritas de contagem em escalas ascendentes e descendentes de um em um, de dois em dois, cinco em cinco, de dez em dez, etc, a partir de qualquer número proposto.
  • Atividades de análise, interpretação, resolução e formulação de situações-problema, compreendendo oralmente ou através da escrita os cálculos indicados por cada operação (adição, subtração, multiplicação e divisão).
  • Reconhecimentos de que diferentes situações-problema podem ser resolvidas por uma única operação e de que diferentes operações podem resolver um problema (adição, subtração, multiplicação, divisão e a reversibilidade).
  • Para a aquisição do conhecimento, utilizar recursos, tais como: blocos lógicos, tampinhas, tampas, pinos de madeira, palitos, retalhos de tecidos, peças de madeira, sucatas, grãos, recursos visuais, jogos variados, cartelas (números, numerais, tabuada), bingos, encaixes, dominós, boliche, material dourado, construção de arquitetos, relógio, dados numéricos, fichas, Q.V.L., barras numéricas, caixas de inclusão de classe.
A avaliação  no Atendimento Educacional Especializado

É  um  processo que acompanha a aprendizagem dos alunos mediante observações e acompanhamento diário através de registros individuais.
É  uma avaliação sistemática, contínua e diagnóstica, que se realiza  num processo de interação professor/aluno, partindo do conhecimento que cada criança já tem, buscando chegar à competência desejada.
Contando com a participação crítica e responsável do aluno, buscando um efetivo diálogo e envolvimento com as atividades propostas, por meio de:

  • Participação
  • Colaboração
  • Interesse
  • Criatividade
  • Desenvoltura
  • Capacidade de observação
  • Questionamentos orais e escritos

Esse processo propiciará uma retomada de assuntos e atividades. Desse modo o professor poderá aprofundar conteúdos ou comportamentos e redimensionar o planejamento, a fim de melhorar sua eficiência, conforme as necessidades.


Texto escrito por: Izilda Rodrigues