terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os desafios da educação inclusiva...como fica o papel do professor diante deste desafio?



Em busca de igualdade, estamos aqui!

Vamos iniciar nossa reflexão respondendo a esta importante pergunta. O que é um aluno com necessidades especiais?
O educando que apresenta desvio da média considerada padrão para uma faixa etária determinada, para menos ou para mais, nos aspectos: físico, sensorial e mental.
Alunos com necessidades especiais também são aqueles que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizado devido a: TDAH, problemas de linguagem, transtornos comportamentais, distúrbios de aprendizagem, deficiências múltiplas e síndromes. Alunos superdotados também são considerados alunos com necessidades especiais.
Apesar disso, alunos de baixa cognição são capazes de aprender desde que seja a ele ofertado um atendimento diferenciado e individualizado. Eles têm um aprendizado mais lento, mas aprendem.
Como lidar com estes casos, já que em nosso campo raramente estudamos isso na universidade? E como fica o papel do professor diante deste desafio?
Primeiro, os pais é que devem informar o problema. O professor não deve diagnosticar o aluno. Porém, às vezes, é possível identificar uma dificuldade com que um aluno lida com certas coisas na sala de aula, e, como pedagogos, vamos ter que encontrar soluções pedagógicas. Além disso, diante do diagnóstico um professor deve, acima de tudo, procurar também ajuda profissional, validada pela instituição onde trabalha. Alguns pais, inclusive, podem não saber com lidar com um diagnóstico que muitas vezes parece sentenciar o aluno ao fracasso. A inclusão só será possível mediante um diálogo franco e aberto entre pais e escola, e suporte intenso da instituição de ensino ao professor. Também devemos ter muita paciência e compreensão, e sempre experimentar novas técnicas.
Desafios
Existem muitos desafios para a educação inclusiva:
* Salas de aula cheias, com condições nem sempre favoráveis.
* Tempo limitado e aulas “corridas”, sem tempo suficiente para identificarmos problemas e pensarmos em soluções para lidar com o aluno e, às vezes, com a família do mesmo.
* Achar/procurar estratégias para incluir e envolver essas crianças.
* Descobrir seus pontos fortes e fracos, múltiplas inteligências, etc.
* Currículo  “apertado”, provas com todo o conteúdo, horário mínimo de aula, professores com horários cheios.
* Trabalhar com “avaliações prontas”, que não estão adaptados para estes alunos.
* Prover condições de trabalho que permitam acomodação às necessidades do aluno.
* Trabalhar com as expectativas de forma diferente, encontrando uma forma de envolver este aluno, mas ainda continuando nosso trabalho com os outros alunos.
* Falta de compreensão de turmas que reclamam da “lentidão” de uma aula que favoreça um aluno com necessidades especiais.
* Grande esforço para integrar o aluno à turma e à aula, seguido de avaliação que trata a todos como iguais.
* Baixa autoestima destes alunos com necessidades especiais.
Técnicas e dicas
Ter conhecimento de como o cérebro processa a língua ajuda a personalizar as atividades e catalisar aprendizagem.
Utilizar elogios e estabelecer bom relacionamento com o aluno, estabelecer rapport (chamar o aluno pelo nome, estabelecer contato visual, sorrir, estabelecer relação amigável, atentar para dúvidas e ter paciência com elas, usar bom humor, etc…).
Alunos que precisam se movimentar mais durante uma aula – usar como assistente e dar também um pequeno intervalo para tomar água, para os hiperativos um brinquedinho bem pequeno que não produz som nenhum (tipo bichinho de pelúcia) para acalmar, passar conforto.
Demandar que o aluno produza dentro de sua capacidade de produção. Cada aluno deverá trabalhar dentro de suas possibilidades (isto é inclusão). Não idealizar e sim aceitar que nós professores não estamos na sala de aula para criarmos gênios. Temos que ter MUITA paciência.
Apoio emocional em casa e na escola. Isso pode ajudar a superar os traumas de ser um aluno diferente de seus colegas.
Personalização, observando quando um aluno se sai melhor em sala, com o que ele se sente mais confortável, se é mais auditivo, sinestésico ou visual.
Conversar com o coordenador pedagógico, e uma vez tendo o aluno diagnosticado, estabelecer parceria com os pais com tarefas que sejam a extensão do mundo do aluno em sala de aula e vice-versa.
Fazer exercícios em sala de aula, usando habilidades diferentes.
Trabalhar dentro das possibilidades dos alunos.
Valorizar cada habilidade que um aluno demonstrar ter para a leitura e histórias…
Incentivar o aluno a sentar-se próximo ao professor.
Desenvolver avaliações que ensinem a “olhar a diferença”, e a medir o que o aluno consegue fazer, ao invés daquilo que ele não consegue fazer.
Conhecer bastante cada aluno, conversar com eles, e em alguns casos, ter os números de contato da família sempre à mão.
Contar histórias pode ajudar disléxicos com leitura/escrita.
Trabalhar a consciência da turma em relação a alunos com necessidades especiais. Não se responsabilizar sozinho pela administração da aula, mas compartilhar necessidades também com outros alunos, incentivando a cooperação.
Estar atento às dificuldades destes alunos aula após aula.
Inclusão requer sensibilização da família, escola, colegas de classe, TODOS devem trabalhar juntos.
Usar sensibilidade durante o planejamento e avaliação destes alunos.
Em alguns casos será necessário usar tradução e repetição, e levar outras tarefas para manter os outros alunos ocupados enquanto damos atenção ao aluno com necessidades especiais.
Usar gravação de voz para os exercícios em vez de escrita (para tarefas de casa) e também para memorização da pronúncia.
Provas podem ser lidas para o aluno, separadamente do restante da turma, em alguns casos, sendo que deverão ser adaptadas. O mesmo conteúdo deve ser enfatizado com as devidas flexibilizações.
Izilda Rodrigues


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